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domingo, 24 de dezembro de 2023

Grastrite: causas sintomas e tratamento definitivo

Hoje vamos falar sobre a doença mortal do estômago

Ilustração de uma úlcera ou ferida no estômago
Úlcera no estômago 


GASTRITE = inflamação do estômago.
GASTRALGIA = dor do estômago.
ÚLCERA GÁSTRICA = lesão ou ferida no estômago.

O QUE É A ÚLCERA GÁSTRICA?


A úlcera gástrica é uma lesão em forma de ferida, mais ou menos profunda, na camada mais superficial (denominada mucosa) que reveste o tubo digestivo. 

Quando essa lesão ocorre no estômago, é chamada de ÚLCERA GÁSTRICA, e quando ocorre na primeira porção do intestino delgado, é chamada de ÚLCERA DUODENAL. É uma enfermidade frequente que afeta a população em algum momento de suas vidas.

CAUSAS DA ÚLCERA GÁSTRICA?


Antigamente considerava-se que a causa principal era apenas a produção excessiva do ácido clorídrico (ácido presente no estômago, que auxilia na digestão dos alimentos), e infelizmente não.

Atualmente, foram descobertas muitas outras causas de úlcera gástrica, tais como:

1- Infecção bacteriana por HELICOBACTER pylori, uma das principais causas da úlcera no estômago. Essa bactéria infecta o estômago em grande parte da nossa população.

2- Consumo excessivo ou por longos períodos de medicamentos chamados anti-inflamatórios não esteroides (AINE), como por exemplo:
ASPIRINA, DICLOFENAC, DIPIRONA, IBUPROFENO, INDOMETACINA, PARACETAMOL, PIROXICAM, FENILBUTAZONA, entre outros.

Adultos que fazem o consumo de anticoagulantes por longos períodos (como Sintrom® ou Heparina) e/ou corticoides em doses altas também estão inclusos.

3- Consumo de álcool.

4- Tabagismo.

5- O Estresse, que faz com que o organismo aumente a liberação de cortisol e adrenalina, hormônios que aumentam a produção de ácido pelo estômago.

6- Consumo excessivo de alimentos gordurosos, que estimulam a produção excessiva de ácido gástrico no estômago.

7- Consumo exagerado de alimentos com cafeína.

8- Doença de Crohn.

9- Alimentos picantes ou condimentos(caldos).

10- Ficar muito tempo sem comer nada (jejum).

11- Comer rapidamente, sem mastigar bem os alimentos.

12- Causas desconhecidas.

SINTOMAS

- O sintoma mais frequente é a sensação de mal-estar na zona central e superior do abdômen, em forma de "fome dolorosa" ou acidez no estômago, que se alivia ao ingerir alimentos, mas volta a aparecer horas depois (dor de estômago constante e em forma de pontada).

- Ou então, a chamada dor queimante no epigástrio com sensação de fome (sensação de queimação no estômago).

- Náuseas e vômitos (sensação de enjoo).

- Sensação de estômago muito cheio, barriga inchada e dolorida.

- Falta de apetite e perda de peso.

- Digestão lenta e arrotos frequentes.

- Dor de cabeça e mal-estar geral, entre outros.

COMPLICAÇÕES


- Sangramento digestivo (ocorre quando a úlcera é profunda e lesiona um vaso sanguíneo, causando sangramento no tubo digestivo).

- Perfuração do estômago (quando a lesão é tão profunda que rompe a parede do estômago ou do intestino).

DIAGNÓSTICO


O diagnóstico da ferida no estômago ou duodeno é suspeitado com base nos sintomas relatados pelo paciente. Ele é confirmado por meio de endoscopia digestiva oral, radiografia contrastada com bário do estômago e duodeno, e exame de Helicobacter pylori. 

Se o paciente utilizou medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, é muito provável que esses medicamentos sejam a causa.

QUEM TEM MAIOR RISCO DE TER GASTRITE


O risco de desenvolver gastrite é maior em pessoas que possuem hábitos prejudiciais à saúde do estômago, tais como:

- Consumo de uma alimentação rica em gordura.

- Dieta com alto teor de sal.

- Tabagismo.

- Consumo de bebidas alcoólicas.

- Uso diário de medicamentos, especialmente anti-inflamatórios (AINE).

- Estresse: ter um estilo de vida muito estressante ou possuir uma doença autoimune também pode levar a alterações no funcionamento do sistema imunológico, impedindo as células do estômago de se protegerem adequadamente e tornando-as mais suscetíveis ao ácido gástrico.

TRATAMENTO

1. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO


Cuidados gerais e mudanças no estilo de vida:

- Redução do consumo de tabaco, álcool, medicamentos anti-inflamatórios, café e condimentos (pimentas, temperos prontos, caldos de carne, realçador de sabor, molho inglês, molho de pimenta, shoyu, páprica, noz moscada, canela), catchup e conservas.

- Comer lentamente, mastigando bem os alimentos ao longo do dia e fazer refeições em horários fixos.

- Evitar o estresse.

- Recomenda-se aos pacientes com úlcera gástrica que evitem alimentos que lhes fazem mal.

2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO


- FÁRMACOS QUE REDUZEM A SECREÇÃO ÁCIDA DO ESTÔMAGO:

   - Inibidores da bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol, lansoprazol).
   - Antagonistas dos receptores H2 (cimetidina, ranitidina, famotidina, nizatidina).
   - Antiácidos (hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, ácido cítrico, ácido tartárico).
   - Anticolinérgicos (atropina, metilbrometo de homatropina, propantelina, tintura de beladona e outros).

- FÁRMACOS QUE AUMENTAM A DEFESA DA MUCOSA:

   - Análogos das prostaglandinas (misoprostol) e sucralfato.
   - Compostos de bismuto (subsalicilato de bismuto, subcitrato de bismuto).

OBSERVAÇÃO:

Imagem da bactéria H. Pilory da gastrite


No diagnóstico da infecção por Helicobacter pylori se o resultado for positivo, o tratamento é:

TRATAMENTO DA HELICOBACTER PYLORI


TERAPIA TRÍPLA POR 14 DIAS


- Omeprazol + claritromicina 500 mg + metronidazol 500 mg (2 vezes ao dia).
Tomar todos ao mesmo tempo.

Observação: O metronidazol pode ser substituído por amoxicilina 1g ou tetraciclina 500 mg.

TERAPIA QUÁDRUPLA POR 14 DIAS


1ª opção- Omeprazol (2 vezes ao dia) + metronidazol 500 mg (3 vezes ao dia) + subsalicilato de bismuto 525 mg + tetraciclina 500 mg (4 vezes ao dia). 
Tomar todos ao mesmo tempo.

2ª opção- Cimetidina (2 vezes ao dia) + subsalicilato de bismuto 525 mg + metronidazol 250 mg + tetraciclina 500 mg (4 vezes ao dia).
Tomar todos ao mesmo tempo.

RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL PARA GASTRITE

É ACONSELHÁVEL QUE PREFIRA APENAS:


- Realizar de 5 a 6 refeições por dia (pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite). Mastigar bem os alimentos.

- Carnes magras: brancas (filé de peixe ou frango sem pele) ou vermelhas (patinho, coxão mole, lombo de porco sem gorduras).

- Leite e iogurte desnatado, queijos brancos (frescal, ricota), requeijão light. Consuma-os com moderação e não para aliviar a dor.

- Alimentos cozidos, a vapor, assados ou grelhados.

- Temperos frescos (manjericão, alecrim, hortelã, cebola, salsinha).

- Sucos de frutas (de acordo com a tolerância), água, chás (erva doce, camomila, cidreira, hortelã, maçã) entre as refeições.

- Frutas com casca e bagaço (sempre que possível), verduras (principalmente as verde-escuras) e legumes.

- Pães, torradas, bolachas com pouca gordura (água e sal, maisena).

- Retire da sua alimentação os alimentos que não lhe forem toleráveis.

- Use sal com moderação.

- Pratique atividade física orientada regularmente, pois auxilia na manutenção do peso adequado, no combate ao estresse e melhora a qualidade de vida.

EVITE SEMPRE


- Ficar longos períodos sem se alimentar, pular refeições, comer rapidamente, refeições gordurosas próximas ao horário de dormir.

- Carnes gordurosas (cupim, costelas, picanha, leitoa, pernil, torresmo, bacon), embutidos (linguiça, salsicha, mortadela, salame, apresuntado, hambúrguer, nuggets).

- Leite e iogurte integral, queijos como mussarela, provolone, prato, parmesão.

- Alimentos gordurosos à milanesa, fritos, empanados, preparações como feijoada, mocotó e dobradinha.

- Condimentos (pimentas, temperos prontos, caldos de carne, realçador de sabor, molho inglês, molho de pimenta, shoyu, páprica, noz moscada, canela), mostarda, catchup e conservas.

- Bebidas alcoólicas, refrigerantes, bebidas gasosas, café, chás (preto, verde, mate), ingerir líquidos nas refeições.

- Bolachas e bolos recheados...

CONCLUSÃO:


Entender as causas e sintomas da úlcera gástrica e da gastrite é fundamental para adotar medidas preventivas e buscar tratamentos adequados. Além dos cuidados médicos e do tratamento medicamentoso, seguir uma dieta balanceada e hábitos saudáveis pode contribuir significativamente para o alívio dos sintomas e para a melhoria da qualidade de vida. 

É importante sempre buscar orientação médica para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.


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